sábado, 3 de novembro de 2012

Vindimas... ou a preguiça nacional!


Trabalho, para que te quero?




Como vos disse, no início do mês passado estive nas vindimas do Alto Douro a convite de um amigo e colega. E, nessa altura, tive ocasião de visitar algumas quintas e conversar com os proprietários tendo tirado algumas (tristes) conclusões.

Comecemos pelos factos. Nas quintas que visitei, os trabalhos de vindima, pisa e outros eram executados por trabalhadores estrangeiros: búlgaros, alemães, etc. Vinham para as vindimas, concluiam os trabalhos, recebiam a sua paga e regressavam às suas terras.

Estranhei. E fiz perguntas. E o que ouvi deixou-me chocado. Os trabalhadores portugueses, pura e simplesmente, recusam os trabalhos porque preferem receber o subsídio de desemprego.

Não sei o que se passa noutras regiões vinhateiras (Vinho Verde, Bairrada, Dão, Alentejo, etc) mas no Alto Douro é assim.

E presumo que noutras culturas para além da vinha isso possa acontecer. Por exemplo, na apanha da azeitona em Trás-os-Montes é a mesma coisa.

Podem os trabalhos agrícolas ser sazonais, ninguém diz o contrário. Podem os salários oferecidos em época de crise ser inferiores ao subsídio de desemprego, admito-o. Mas não há uma cabeça pensadora nos Ministérios da Agricultura e do Trabalho e Solidariedade que consiga arranjar uma solução para este problema?

Esta situação é lesiva do interesse nacional em duas vertentes:
  1. Sobrecarrega a Segurança Social com subsídios que poderiam e deveriam ser evitados ou, pelo menos, atenuados;
  2. Com os salários pagos a estrangeiros (que os levam para os seus países), estamos a exportar recursos que poderiam ficar em Portugal, reduzindo o défice externo e contribuindo para a melhoria do PIB.
Há algum tempo atrás, num texto publicado em 20 de Agosto passado (IEFP: Vamos falar de Desemprego?), teci alguns comentários sobre a generalidade destes assuntos. Infelizmente parece que esse texto não chegou ao sítio certo nem às pessoas certas já que não se viu qualquer resultado das minhas lucubrações. 

Enfim, os nossos governantes, encerrados nas suas torres de marfim, fazem orelhas moucas aos gritos e sugestões que vêm «de baixo» e preferem dar ao País o triste espectáculo das discussões na Assembleia da República que mais parece um conciábulo de papagaios em que todos tentam falar mais alto do que os demais. E «o País que se lixe»!

Senhor Primeiro-Ministro, senhor Ministro das Finanças, como economistas que são, os senhores sabem que «uma soma infinita de infinitésimos NÃO é um infinitésimo». E que é pela correcção de inúmeros casos como estes que se consegue chegar a algum lado. Não é com um GRAAAAANDE solução, com um golpe de génio, que se resolve o problema gravíssimo em que estamos. É passo a passo, caso a caso, com paciência, persistência e muita FIRMEZA que poderemos chegar onde desejamos.

Mas é preciso mudar a mentalidadezinha calaceira e oportunista das classes ditas trabalhadoras do nosso povo através de medidas concretas que os motivem para trabalhar em vez de passarem os dias nos cafés a discutir futebol ou as peripécias mais ou menos escabrosas da «Casa dos Segredos».

E por hoje é tudo. Vão pensando nisto. Até amanhã!


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Sim, isto agora é consigo que me está a ler!


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Vamos lá, não custa nada. TODOS temos a ganhar com isso!

A UNIÃO FAZ A FORÇA!

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P.S. Como de costume, a recomendação habitual:


Nota: Nada recebo pela publicidade. Os vinhos de Lubazim são realmente muito bons!

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