IIª Parte - Para ter sucesso em Portugal

Para ter sucesso em Portugal, os brasileiros têm que ter consciência de que a educação que trazem do Brasil não se compara com a educação dos jovens portugueses.

Há dias, no canal ZenlifeTV encontrei as seguintes postagens de leitores que pretendem vir para Portugal:

·         eu estou mim organisandp para muda mais eu ja estou estundando a cultura ai de portugal a 2 ano meu nome e xxxxxx e sou fan seu

·         ze para bem pelu teu canal eu so brasilero mais infelismente tem pessoas brasileiro,mais tem bastante desi nivio n so ai a ki no brasil tanbem

·         bom dia a todos eu me chamo xxxxx sou casado e tenho 2 filho um de 7 e o outro de 4 sou cabeleireiro to querendo ir embora para portugal pois adimiro muito a cultura portuguesa e ja estou cansado do Brazil pois a gente trabalha tanto e nao temos uma vida diguina tenho decendencia portuguesa.gostaria da opiniao de vc que ja estao ai eu quero ir para ir para ficar e poder dar uma vida mais diguina para meus filho e se deus abencoar nao Voltarei para o Brazil nunca mais pesso a opiniao de vcs porque quero ir para ficar mesmo.obrigado a todos

Será que estes jovens (exemplos entre muitos outros) têm hipótese num país do primeiro mundo?

Para ter uma ideia da educação no Brasil, veja-se este vídeo:

É preciso que os brasileiros entendam que em Portugal e na União Europeia a educação é tomada muito a sério. Todos os portugueses têm actualmente uma instrução GRATUITA e OBRIGATÓRIA de DOZE ANOS, começando aos 6 e terminando aos 18 anos.

Para se ter uma noção mais exacta da educação em Portugal, podem consultar o seguinte site:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Educa%C3%A7%C3%A3o_em_Portugal

No entanto, para simplificar a consulta (que se recomenda), permito-me fazer aqui um pequeno resumo.

   1.   Ensino pré-escolar (dos 3 aos 5 anos de idade)

A educação pré-escolar não é obrigatória e, em muitos casos, nem é gratuita, no entanto a esmagadora maioria das crianças portuguesas frequenta a escola pré-primária onde começa a familiarizar-se com a disciplina escolar, com as primeiras letras, com os primeiros números, com técnicas elementares de comunicação visual e trabalhos manuais, e com as primeiras palavras em inglês

Também têm actividades opcionais extra curriculares (não gratuitas) como natação, dança, karaté e outras conforme as disponibilidades da escola.

2.       Ensino básico (até ao 9º ano)

 

A educação é igual para todos os alunos até o 3.º ciclo do ensino básico, (9ºano) exceptuando os que necessitam de orientação especial como é o caso de alunos com deficiências, que têm orientações específicas. Deste modo todos estes alunos têm as seguintes disciplinas OBRIGATÓRIAS:

·         Língua Portuguesa , 

·         Inglês, 

·         Matemática, 

·         História, 

·         Educação Musical, 

·         Geografia,

·         Ciências Naturais, 

·         Físico-Química, 

·         Educação Física, 

·         Tecnologias de Informação e Comunicação, (informática)

·         Educação Visual (Desenho) e 

·         Educação Tecnológica (Trabalhos Manuais), sendo que o aluno(a) pode escolher uma das duas últimas no 9.º ano.

No 3º ciclo do ensino básico, as escolas normalmente têm uma 2ª língua (a maioria o francês e o espanhol e algumas escolas o alemão) que pode ser escolhida pelo aluno ou não (normalmente todos os estudantes optam por uma segunda língua estrangeira, maioritariamente francês ou espanhol)

3.       Ensino secundário (10º a 12º anos)

O Ensino Secundário é organizado de outra forma. Como é este o ensino pré-universitário, os alunos têm que escolher uma área de ensino para a qual desejam inscrever-se, deixando desta forma de existir uma uniformidade nos conteúdos leccionados a todos os alunos. Existem quatro agrupamentos de cursos Cientifico-Humanísticos:

1.     Curso de Ciências e Tecnologias (antigo Científico-Natural);

2.     Curso de Artes Visuais;

3.     Curso de Ciências Sócio-económicas (antigo curso de Economia);

4.     Curso de Línguas e Humanidades.

Ver site:

http://www.dge.mec.pt/cursos-cientifico-humanisticos

Cada um destes agrupamentos tem matérias específicas das carreiras profissionais (universitárias, politécnicas ou profissionalizantes) a que se destinam, conforme a preferência e escolha dos alunos.

Postas estas explicações fica bem claro que, quem quer que do Brasil pretende emigrar para Portugal, vai ter que se defrontar, no mercado de trabalho, com 100% de alunos portugueses que têm esta preparação de base. Nem todos serão alunos excepcionais, nem todos têm condições para seguir para o ensino superior mas TODOS têm uma cultura geral de tal natureza que lhes permite enfrentar os desafios profissionais com muito maior confiança, segurança e à-vontade do que os seus primos além-atlântico.

Pelas amostras de cultura que se podem facilmente encontrar nestes canais dá para entender a preferência dos empresários portugueses e europeus pelos colaboradores portugueses ou europeus em prejuízo dos emigrantes brasileiros que, forçosamente, têm de se contentar com eventuais  trabalhos de salário mínimo com fracas perspectivas de progressão na carreira.

No entanto, se assim o desejarem e tiverem força de vontade, existem muitos cursos de formação profissional patrocinados e subsidiados pelo Estado que lhes permitem adquirir competências para exercer cargos de responsabilidade e mesmo de chefia e liderança muito melhor remunerados.

Lista de Centros de Formação Profissional de Gestão Participada

·         CEARTE - Centro de Formação Profissional do Artesanato

·         CECOA - Centro de Formação Profissional para o Comércio e Afins

·         CEFOSAP - Centro de Formação Sindical e Aperfeiçoamento Profissional

·         CEFPI - Centro de Educação e Formação Profissional Integrada

·         CENCAL - Centro de Formação Profissional para a Indústria Cerâmica

·         CENFIC - Centro de Formação Profissional da Indústria da Construção Civil e Obras Públicas do Sul

·         CENFIM - Centro de Formação Profissional da Indústria Metalúrgica e Metalomecânica

·         CENJOR - Centro Protocolar de Formação Profissional para Jornalistas

·         CEPRA - Centro de Formação Profissional da Reparação Automóvel

·         CFPIC - Centro de Formação Profissional da Indústria de Calçado

·         CFPIMM - Centro de Formação Profissional das Indústrias da Madeira e Mobiliário

·         CFPSA - Centro de Formação Profissional para o Sector Alimentar

·         CICCOPN - Centro de Formação Profissional da Indústria da Construção Civil e Obras Públicas do Norte

·         CILAN - Centro de Formação Profissional para a Indústria de Lanifícios (extinto em 2011 e integrado no MODATEX)

·         CINCORK - Centro de Formação Profissional da Indústria da Cortiça

·         CINDOR - Centro de Formação Profissional da Indústria de Ourivesaria e Relojoaria

·         CINEL - Centro de Formação Profissional da Indústria Electrónica

·         CINFU - Centro de Formação Profissional da Indústria de Fundição

·         CITEFORMA - Centro de Formação Profissional dos Trabalhadores de Escritório, Comércio, Serviços e Novas Tecnologias

·         CITEX - Centro de Formação Profissional da Indústria Têxtil (extinto em 2011 e integrado no MODATEX)

·         CIVEC - Centro de Formação Profissional da Indústria de Vestuário e Confecção (extinto em 2011 e integrado no MODATEX)

·         CPJustiça - Centro Protocolar de Formação Profissional para o Sector da Justiça

·         CRPG - Centro de Reabilitação Profissional de Gaia

·         FOR-MAR - Centro de Formação Profissional das Pescas e do Mar

·         INOVINTER - Centro de Formação e de Inovação Tecnológica

·         ESCOLAS DE TURISMO E HOTELARIA (http://escolas.turismodeportugal.pt/escolas)

Caso contrário, se não tiverem força de vontade para se esforçarem e subirem na vida, só conseguirão, para sobreviver, os trabalhos que mais ninguém quer… COM SALÁRIO MÍNIMO.

Preconceito? Xenofobia? Só com muito má vontade se pode invocar essa situação Os emigrantes brasileiros, que se sentem marginalizados e preteridos, só poderão, muito justamente, queixar-se de si próprios e do baixo nível educacional que trazem do seu país de origem por comparação com os padrões de escolaridade e exigência em vigor nos países europeus.